Resumo
Objetivo: Analisar as disfunções do assoalho pélvico associadas à episiotomia e suas implicações na qualidade de vida de mulheres no pós-parto.
Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura nas bases PubMed, Lilacs, Scielo, Pedro e Cochrane, considerando estudos publicados entre 2014 e 2024. Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos randomizados que abordassem disfunções do assoalho pélvico em mulheres no pós-parto submetidas à episiotomia.
Resultados: Os resultados indicaram uma associação significativa entre a episiotomia e o aumento de riscos como dor perineal, dispareunia, diminuição da libido e dificuldade para atingir o orgasmo. O uso combinado de fórceps agrava a persistência da dor e a lubrificação insuficiente. Observou-se uma carência de estudos comparativos entre a função sexual antes e depois da episiotomia.
Conclusões: A episiotomia deve ser avaliada criteriosamente com base em evidências robustas para evitar impactos desnecessários na qualidade de vida das mulheres. Destaca-se a importância da fisioterapia na prevenção e tratamento das disfunções do assoalho pélvico, além da necessidade de abordagens multidisciplinares e programas educativos para melhorar a saúde pélvica e promover práticas informadas no parto.
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